Após ter ficado quinze dias de licença médica, imobilizado e tomando remédios; voltei ao posto médico da área em que trabalhava em UATI. Lá, um médico muito simpático e solícito me perguntou:
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"-E então, melhorou?"
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Disse a ele que ainda sentia dores, que não desejava mais ficar afastado e que necessitava de uma autorização para retornar ao trabalho.
Ele, olhando minha ficha médica, franziu a testa e disse que era impossível.
Tendo em vista meu histórico de constantes afastamentos, da dor forte e de vários outros problemas; seria desumano me obrigar a trabalhar.
Fiquei preocupado, pois havia um expurgo sendo executado em minha cidade e vários moradores haviam sido supliciados e tiveram suas cabeças cortadas em praça pública.
Todos estavam preocupados, inclusive eu (pois tinha esposa e filhos).
Ao sentir minha preocupação, o bom doutor deu-me um tapinha nas costas e murmurou:
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"-Isso vai ser bom para você. Fique tranqüilo."
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Fui levado até o TEMPLO DOS SACERDOTES CIRCULARES, e lá me apresentaram um pergaminho chamado "CAT".
Nesse pergaminho, deveria haver informações relativas ao meu problema e, de posse dele, apresentar-me-ia numa unidade da PREVIDÊNCIA SOCIAL INTERNACIONAL.
Um sacerdote ainda me informou que eles marcariam o meu comparecimento ao posto e que "não precisava me preocupar com nada".
Alguns dias depois, recebi um pergaminho que me informava à data e o endereço do posto ao qual devia comparecer. Notando que o posto era muito longe de onde morava e que próximo a minha vila havia um; entrei em contato com o templo e informei que iria comparecer ao posto próximo da minha residência (como, aliás, a lei me facultava).
O sacerdote que me atendeu sorriu, com sua carantonha arrepiante, e disse que isso era impossível. Que só aquele posto era capacitado para atender pessoas como eu. E que se tratava de um "convênio" entre o governo de UATI e a PREVIDÊNCIA INTERNACIONAL.
Com o passar dos anos, já havia ouvido várias histórias sobre esse posto. E como eram sempre prejudicadas as pessoas que ali compareciam.
A resistência divulgava, constantemente, informes de que havia um "acordo escuso" entre a Família Real e os "PERITOS" dali.
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Eles eram conhecidos por seus "truques" e "encantamentos mágicos".
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Onde pessoas, reconhecidamente, doentes eram dadas como sanas; trabalhadores lesionados (com flagrante vinculação de suas doenças aos trabalhos realizados) eram considerados doentes por várias outras causas; nunca pelo excesso de trabalho.
Estava preocupado e apreensivo. Pois se não fosse reconhecida à verdade sobre minha doença (que era provocada pelo excesso de trabalho e horários crucificantes.), não poderia produzir mais como produzia antes. (já sentia essa queda de produtividade e ela vinha acentuando-se rapidamente) Isso me levaria a ser decapitado pelos sacerdotes.
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Na data marcada, cheguei ao posto e preparei-me para o pior...
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(continua)...
Marcadores: A Previdência Social.
Gsotei do blog, cara! Uati ... hehehe
Muito bom! Engenhoso e criativo.
Parabens!!!!