28 fevereiro 2007
MINHA VIDA EM UATI. (XIX)

A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.

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Com UATIKREDIS infestado de agentes, estava cada vez mais difícil manter minha identidade em segredo. Os encontros com Rubiens rareavam. A vigilância cerrada e a ocorrência de expurgos nas aldeias e cidades próximas tornavam imperativo uma nova fuga. Mas, na realidade, eu estava cansado de fugir. Os sintomas da doença que me dilacerava o corpo lentamente, estavam cada vez mais fortes e as dores insuportáveis tomavam conta de mim. Os dias se tornavam um martírio.

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Com a minha designação para o controle da rede, era obrigado a jornadas de trabalho de até dezoito horas diárias. Algumas vezes, tinha de permanecer no posto por toda a madrugada e depois me apresentar na manhã seguinte. Dormindo duas ou três horas por dia. Ainda era obrigado a ouvir piadinhas se assumisse o posto com algum atraso.

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Era tudo o que Glaucius queria. Alertado pelos seus espiões, ficou de tocaia numa das cavernas que eu usava para descansar na hora reservada ao almoço. Com a intensificação do trabalho, eu era sempre o último a descansar. Só após ter recebido um “OK” dos superiores imediatos eu tinha permissão de sair. Com dores fortes e estafado, era preferível descansar a comer. Por isso, eu ia para as cavernas e me escondia lá.

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Neste dia, foi diferente, mal tinha acabado de chegar e me preparava para relaxar quando ouvi uma voz esganiçada vindo da entrada da caverna:

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“O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?”

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Olhei com espanto para aquela sombra disforme e obtusa que, ofuscada pela luz, encobria a saída da caverna. Era Carlus Careculus Moar-Cyfir , ou seu lado, com um pomposo ar de triunfo, estava Glaucius.

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Farto de dissimulações e de fugas resolvi enfrentar a besta. E com ar de tédio e profundo enfado disse-lhe:

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“ESTOU DORMINDO, POR FAVOR, SAIA QUE ESTÁ ME ATRAPALHANDO.”

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Enfurecido, Careculus dirigiu-se a UATIKREDIS e interpelou diretamente Rubiens. Irado e lançando espuma pelos lábios retorcidos e lívidos de ódio, Careculus ainda teve de engolir sua prepotência e imbecilidade ao ouvir de Rubiens:

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“É HORA DO DESCANSO DELE.”

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Nesse exato momento, lançou um olhar mortífero para Glaucius que fez o pobre imbecil gelar. Humilhado por mim e repreendido publicamente por Rubiens, Careculus retornou para sua torre e ficou lá, remoendo seu ódio e sua humilhação públicos por um longo tempo.

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Glaucius sabia que estava marcado. Careculus, não deixaria barato aquela humilhação e os sorrisos de deboche de todos que assistiram à cena. Ao chegar em sua casa, encontrou um guarda dos “SS” à porta. Lá dentro, estavam Dasivyd e Adriunas Yurk; sem entender muito bem o que se passava (sua mente já modesta estava em pânico total após o ocorrido), Começou a contar tudo a Dasivyd e a preparar suas roupas (pretendia fugir); ainda estava choramingando quando Adriunas, num único golpe, cortou sua cabeça. Enquanto ela ainda rolava pela sala, com os olhos arregalados e a boca aberta num grito mudo de espanto; Dasivyd e Adriunas saíam para a rua e mergulhavam na escuridão.

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18 fevereiro 2007
MINHA VIDA EM UATI. ( XVIII )

A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.

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Na Mesa, habitavam algumas criaturas insólitas. Fruto das recentes pesquisas genéticas implementadas por DASIVYD BOKMAL ÓDOR, seres fantásticos guarneciam os muros do castelo de Dasivyd. Alguns deles eram mantidos contra a sua vontade através de sortilégios mágicos ou de ameaças diretas às suas famílias ou entes queridos. A Mesa era considerada por EGYDIUM I, seu campo de provas particular.

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Uma das criaturas, em especial, era conhecida como SESVERUS INUS. Após ser submetido às experiências malditas de Dasivyd; ele adquiriu o poder de ler através de objetos sólidos. Era usado por Dasivyd para analisar pacotes e documentos secretos em posse dos estrangeiros que desejavam negociar conosco. A incrível criatura aparentava ser um homem comum. Mas ao observar-se mais atentamente, via-se que ele movimentava freneticamente os olhos horizontalmente, varrendo o que estava à sua frente. Outro detalhe, era a diminuta capacidade de decisão. Se fosse apresentado a dois instrumentos distintos, levaria uma eternidade tentando decidir qual usar; sem, no entanto, conseguir realizar a escolha. Era necessário que outra pessoa ditasse todos os passos de seu dia. Sua visão penetrante o tornava inábil para pilotar quaisquer veículos ou conduzir animais. Pelo fato de ver através das coisas, tornava-se inútil em qualquer outra atividade.

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Glaucius Barros-Vilens em sua sanha de vingança começou a espionar Rubiens e a fornecer informações privilegiadas sobre tudo o que se passava em UATIKREDIS. Seu objetivo maior era provar que todos os altos postos da cidadela eram ocupados por membros disfarçados ou colaboradores da resistência e, assim, conseguir sua tão sonhada promoção. Insidioso e traiçoeiro, aprisionou em seus jogos psicológicos a mente mais fraca e menos capaz de UATIKREDIS:

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VANGELINAS VANJER

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Com pequenos agrados e fingindo-se de amigo e interessado, aproximou-se da pobre alma e tornou-a um informante valioso para seu intento.

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Através dela, tinha acesso direto aos acontecimentos do interior do castelo de Rubiens e repassava estas informações ao seu cúmplice. Desde o início, a pequena animosidade que sentia por mim (pois eu era mais novo e ocupava um posto melhor), levou-a a entregar-se as falsas promessas de grandiosidade de Glaucius. Sem saber, a pobre mulher contribuiu diretamente para sua própria decapitação.

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Minha doença avançava e pressentia que o fim estava próximo, já não era mais possível ficar longas horas trabalhando. As dores eram tamanhas que por vezes me escondia nas cavernas e aplicava-me analgésicos recomendados pelos feiticeiros do nobre Rubiens. Havia no ar o prenuncio de que a derradeira caçada se apresentava.

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Alertado por Glaucius que me surpreendera numa dessas crises de dor, Dasivyd encontrou-se com Carlus Careculus Moar-Cyfir e, revelando o ocorrido, resolveram que era a chance de atacar e aniquilar-me. Porém, antes de qualquer ataque, tudo deveria ser planejado minuciosamente e mais informações deveriam ser reunidas. Glaucius ficou encarregado de sondar Rubiens e tentar descobrir minha verdadeira origem. Pois em suas pesquisas e levantamentos, nada descobriram sobre o meu passado. Era como se eu tivesse surgido ali ... do nada.

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Para isso, Glaucius e Dasivyd infiltrariam nos círculos mais altos de UATIKREDIS, seus discípulos geneticamente alterados e fiéis servidores. Com o objetivo de espionar e tornarem-se "íntimos" dos habitantes locais. Assim, poderiam monitorar quaisquer movimentações e obter um perfil detalhado de todos; visando obter meios de manipulá-los.

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A BATALHA FINAL COMEÇARA.

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(Continua)

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06 fevereiro 2007
MINHA VIDA EM UATI. ( XVII )

A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.
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A primeira providência de Lord Maurrice Grannus Asbessus, foi reunir-se com Rubiens Helaiel. Era necessário que alguém ficasse responsável pela monitoração do novo sistema de informações e análise de dados. Tal indivíduo teria acesso a todas as movimentações dos estrangeiros e as pré-análises dos dados econômico-financeiros dos que pretendiam investir em UATI. Estes dados eram vitais para que a Família Real tivesse o controle total da vida financeira destas pessoas.
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Quem detivesse o controle dessas informações, poderia monitorar os ganhos de capital e apurar futuros desvios feitos pela realeza. Tendo isso em vista e sendo sabedor de minhas qualificações nesta nova área de sistemas; Rubiens sugeriu “despretensiosamente” que eu fosse o indicado para tal posto. Uma vez que, assim, a resistência obteria um grande fluxo de informações valiosas e que poderiam ser úteis em futuros confrontos.
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Como desde o início, Glaucius, era o responsável pela área em UATIKREDIS ele esperava ser nomeado para este posto. Sendo oriundo de uma casta elevada e vindo de família nobre e tradicional; tinha como certa a sua indicação. Quando soube que Rubiens havia me indicado e que eu tinha credenciais muito melhores do que as dele, deu início a uma “guerrinha” de informações. Realizando intrigas e falsas alegações, ele tentava me desacreditar perante Lord Maurrice e, ao invés, de procurar mostrar suas qualidades, resolveu por em prática os ensinamentos aprendidos nas masmorras de UATI. Iniciando uma campanha nefasta de difamação contra mim. Apesar de nutrir um ódio mortal, permanecia fingindo-se de “grande companheiro”. Grudou em Lord Maurrice como se fosse um carrapato e não deixava o homem nem sequer respirar sem ser incomodado.
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Como bom membro dos BABAOVÓRIUNS, achava que sua ascendência nobre e seu proselitismo politiqueiro o projetariam nas altas rodas.
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Ficou profundamente surpreso quando apenas após uma entrevista rápida e um teste de desempenho, Lord Maurrice, escolheu-me para o novo posto. Ele foi designado “apenas” um substituto eventual. Sem quaisquer poderes decisórios. Mais uma vez, pondo em prática todo o seu treinamento nas artes da dissimulação, ele sorriu e declarou-se contente por mim.
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Naquela mesma noite, em seus aposentos no palácio, Glaucius, começou a arquitetar sua vingança. Após um período de algumas semanas, iniciaria uma investigação detalhada e profunda sobre mim. Achava estranho que alguém vindo de “lugar nenhum”, aparecesse e tirasse seu posto batalhado por anos. Como, uma pessoa recém chegada, era nomeada para um cargo tão vital e com tantos poderes; enquanto vários outros mais antigos ficavam ao “Deus dará”?
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Em sua ânsia por vingança, Glaucius aliou-se a um indivíduo malévolo. Um homem versado nas artes negras. Um discípulo de BÓLLOR que habitava um lugar em UATIKREDIS que todos julgavam o inferno na terra:
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A MESA.

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A Mesa era uma planície rochosa. Principalmente formada por basalto e outras rochas vulcânicas. Um local inóspito e ameaçador. O calor, durante o dia, chegava aos 60°C.
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Habitado por escorpiões e bandoleiros, era evitado pelo povo pacato de UATIKREDIS. Seu mais temido habitante era o líder local. Nomeado diretamente por Carlus Careculus Moar-Cyfir; tinha o aval de EGYDIUM I para cometer as maiores atrocidades. Era temido e odiado. Diziam que se alimentava, preferencialmente, de carne putrefata e larvas de moscas. Exalava um odor horrível; e seu hálito era como o de mil cadáveres apodrecidos. Um homem vil. Seu nome era citado às crianças levadas; como forma de amedrontá-las. E, na verdade, causava medo em muitos adultos também. Era um nome maldito:
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DASIVYD BOKMAL ÓDOR.

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(Continua)

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01 fevereiro 2007
NOVO VÍDEO DE DIVULGAÇÃO DO BLOG.

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OBRIGADO!

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