Ao chegarmos em UATUKREDIS, Ahmed Amin veio nos saudar e informar nossas novas identidades e explicar todos os detalhes e personalidades de habitantes ilustres do lugar.
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- CARLUS CARECULUS MOAR-CYFIR -
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Homem de mente tacanha e de um nível intelectual próximo ao de um troglodita. Era o representante da Família Real de UATI. Reportando-se, diretamente, a EGYDIUM I. Possuía um caráter invejoso e temia quem possuía um nível mental superior ao seu. Sendo oriundo da casta dos BABAOVÓRIUNS, Carlus operava como um "leva-e-traz" de EGYDIUM I. Sendo odiado pelos habitantes do UATIKREDIS, não hesitava em eliminar quem pudesse representar perigo ao seu cargo. Era uma figura pífia. Ridicularizado por todos; por ter uma expressão de idiota estampada em sua cara. Olhos pequenos, uma careca proeminente e um enorme nariz que parecia uma bola de tênis.
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- CRISITINAS SUELYS -
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Era a ordenança de Carlus Careculus, mulher sensual e de bela aparência. Secretamente trabalhava para a resistência, repassando os informes que Carlus Careculus enviava a EGYDIUM I e vazando informações e documentos valiosos que ajudaram a salvar milhares de vidas. Sendo a responsável pela minha fuga espetacular e exílio em segurança no Brasil. Viria a tornar-se uma heroína-mártir da resistência.
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- ANDREAS MARMAND -
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Na hierarquia de UATIKREDIS, estava abaixo de Rubiens Helaiel. Era seu lugar-tenente. Homem ambicioso e "bon vivand", atuava no "time que estiver ganhando". Apesar de ser simpático e envolvente, não era confiável. Era do tipo esquivo. Buscando apenas o lucro fácil e a promoção pessoal.
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- ROBERTUS BRETUS -
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Primo de Andreas Marmand, comungava de sua ambição e personalidade. Vindos da mesma família, eram uma verdadeira "irmandade" no lugar. Um ajudava o outro em sua busca incessante por lucro.
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- ARSIELMUS TARTAS -
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Um dos mais velhos habitantes daquela região de UATI. Tinha por filosofia principal a máxima: "SE VOCÊ NÃO FAZ, NEM EU". Era um especialista em sobrevivência. Por ser extremamente submisso e nunca se elevar contra nada, passava despercebido pelas áreas onde transitava; era praticamente invisível. Com isso, escapava dos expurgos. Conhecido por todos como "A TARTARUGA". Movia-se lentamente e tinha por ambição única "continuar por ali"; nem que, para isso, muitos pagassem com a vida.
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- FATIS-MAS EXDR-UXULA -
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Intimamente ligada a Carlus Careculus, ela era uma mulher espalhafatosa. Também não possuía grandes dotes intelectuais e culturais. Sofria de uma grave megalomania. Freqüentemente era vista discutindo ferozmente com ela mesma. Costumava escrever cartas exaltadas e cheias de reinvidicações, endereçadas a EGYDIUM I, mas que nunca eram enviadas (porém, largamente alardeadas). Mulher fútil e sem predicados. Trajava-se horrivelmente e sonhava, um dia, viver na corte.
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- MISTER X -
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Por ser o único membro da resistência ainda habitando UATIGREDIS, sua identidade será preservada. Sendo minha fonte de informações e relatos atualizados. Tornou-se um herói a comparecer em um tribunal internacional como testemunha do que ocorria em UATI. Contemporâneo de Ansielmus Tartas, tinha conhecimento de muitos fatos importantes do passado.
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Além destes, Ahmed Amin passou vários outros perfis para que eu estudasse e tivesse segurança em tratar com os habitantes do lugar. Minha condição de foragido com a cabeça a prêmio exigia que nenhum deslize fosse cometido.
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NAQUELE MOMENTO, EU NÃO FAZIA IDÉIA DO PAPEL QUE, ALGUNS DELES, TERIAM EM MEU FUTURO.

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(CONTINUA)

A minha surpresa era total. Todas as informações que eu tinha, diziam que Rubiens era leal a EGYDIUM I. Sua chegada à reunião soou como uma sentença de morte para mim.
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Mas, ao ser contido por Ahmed Amin, e vê-lo abraçar amigavelmente Rubiens; percebi que "O GRANDE" atuava ao nosso lado.
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Nos sentamos e reportei a eles o que se passava no BANKSFONIUM. O avanço do culto de BÓLLOR, os sacrifícios crescentes, a criação de aldeias-gueto (criadas para isolar os trabalhadores com algum grau de deficiência ou doenças graves). A sistemática e proposital eliminação de qualquer pensamento que o não alinhado com o de Celsium Azulissa. A chegada de Rokios, que havia causado uma influência positiva na população. Enfim, todas as informações relevantes daquele posto.
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Rubiens deu as coordenadas onde deveria me posicionar para ser retirado em segurança do BANKSFONIUM. Na data marcada, ele alteraria as rotas das patrulhas fronteiriças abrindo um setor por onde eu poderia escapar. Novamente, se conseguisse chegar em UATIKREDIS, uma nova identidade encobriria meus rastros e eu mergulharia na segurança do anonimato.
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Após todos os acertos, nos despedimos e retomei o caminho para o BANKSFONIUM. Mertex vinha ao meu lado silencioso e com ar preocupado. O retorno era tão perigoso quanto a partida. Celsium havia intensificado o patrulhamento temendo fugas das aldeias-gueto.
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Mas, por fim, a viagem ocorreu sem maiores problemas. Mertex deixou-me em minha aldeia e dirigiu-se para a floresta onde se esconderia até chegar à hora de nossa fuga. Uma vez que seu rosto já era conhecido das forças de segurança, ele se tornara um risco para minha segurança e a dos outros membros da resistência.
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Entrei em minha cabana e preparava-me para dormir; quando um veículo parou em frente à entrada. Era Rokios Iunius e seu fiel guarda-costas MAURICEUS GOYABIST. Guerreiro implacável e reconhecido por sua fama de homem justo e honrado. Mortal nas mais variadas técnicas marciais. Era um matador destemido.
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FIQUEI GELADO.

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Fiz com que entrassem e, ao mesmo tempo em que procurava antecipar o motivo daquela visita insólita e perigosíssima, tentava aparentar calma e indiferença. Convidei para que sentassem, mas Mauriceus ficou de pé na soleira da porta; barrando qualquer tentativa de fuga. Senti que o fim chegara.
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Rokios sentou-se e soltou a queima-roupa: "Eu sei quem você é.” ·.
Minha mente girava descontroladamente, tentando achar uma maneira de enganá-lo ou de escapar de Mauriceus. Meus olhos percorriam o ambiente (outrora meu refúgio) em busca de algo que pudesse usar como arma. Mas, Rokios, adiantando-se às minhas intenções; disparou: “Você é o grande dissidente Lord Sarubiano. Há um prêmio pela sua cabeça e você planeja uma fuga para UATIKREDIS.” ·.
Resignado, e aceitando a morte que se aproximava, relaxei na poltrona e busquei entender como havia sido descoberto. Ele me disse que desde que chegara já sabia quem eu era. Havia servido com membros da minha família na Cancela e me conhecia. Não tinha me prendido antes porque queria saber mais sobre minha luta e meus planos. Também não concordava com a forma que a Família Real tratava nosso povo. Mas também não compactuava com a resistência armada. Achava que as mudanças só seriam feitas a partir de dentro do sistema. Mas respeitava minha luta e meus métodos limpos. Seguraria a informação da minha presença no BANKSFONIUM por mais três dias. Após este prazo, comunicaria aos "SS" e abriria uma caçada humana. Portanto, era esse o tempo que eu tinha para escapar para UATIKREDIS.
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DIZENDO ISSO, RETORNOU PARA SEU VEÍCULO, E SUMIU NA NOITE.

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(Continua)

O "BANKSFONIUM" era tratado como a "menina dos olhos" de EGYDIUM I. No início, seus habitantes eram considerados a elite de UATI. Afortunados e abençoados pela providência divina de OLAVUS MAXIMUS.
Esta imagem foi lapidada com grande eficiência pelos membros do serviço secreto de UATI e sustentada por um grande tempo.
Vindos de várias partes de nosso amado país, trabalhadores esperançosos de dias melhores candidatavam-se a uma vaga no posto fronteiriço. E, CELSIUM AZULISSA, os recebia com um imenso sorriso e braços abertos... Gestos amáveis e palavras encorajadoras que escondiam o horror que estava por vir.
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O FESTIVAL DE BÓLLOR.

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No panteão uatiano, BÓLLOR, era o Deus da Morte e do Sacrifício de Inocentes. Seu festival era marcado por grandes sacrifícios humanos. Acreditava-se que seu culto havia sido banido de UATI. Mas, CELSIUM, era adepto deste Deus maldito e fomentava a prática dos rituais macabros e proibidos.
BÓLLOR era um Deus representado por um homem jovem e bonito, de aparência benevolente e que costumava tomar a forma de grandes dignatários de outros países para realizar suas perversidades. entregava-se a todos os vícios humanos, das drogas mais pesadas ao sexo mais espúrio. Grandes movimentos financeiros eram produzidos nesses festivais e a Família Real de UATI engordava sus cofres abundantemente.
Chegando o festival, CELSIUM já havia preparado-se arregimentando centenas de incautos para os sacrifícios. Recém chegados de vários outros postos, da capital, estrangeiros e vários outros habitantes do BANKSFONIUM.
De um dia para outro, centenas foram sacrificados. Alguns nem souberam o que aconteceu; pois eram chamados para uma orgia alcoólica regada a cervejas, vinhos e outros drinks e se achavam queridos por CELSIUM. No final, eram entregues ao some-sacerdote de BÓLLOR:
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TORBÉRIUS COTTONET.

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Homem ambicioso e arrogante desfilava pelos corredores e salas do BANKSFONIUM trajando seus paramentos sacerdotais que consistiam de uma indefectível vestimenta azul marinho e um solidéu cor de cera de ouvido. Em seu peito, pendia a faixa do poder de BÓLLOR. Uma peça de seda vermelha ou azul, adornada com desenhos semelhantes a espermatozóides que pareciam moverem-se, quando ele caminhava, e que representavam a semente vital do Deus.
Até aquele dia eu nunca havia visto nada parecido. Mais que nossas vidas, nossas próprias almas estavam à mercê daqueles homens.
Após o festival, os sobreviventes passaram a realizar o trabalho dos sacrificados. A pressão aumentava e as punições eram cada vez mais freqüentes. Uma forma de escravidão ainda pior do que a praticada na CANCELA era aplicada ali. Presos pela cabeça às máquinas que monitoravam nossos movimentos e pensamentos. Começávamos a sofrer de várias doenças físicas e mentais.
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ERA CHEGADA A HORA DE FUGIR...

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(Continua)