02 novembro 2006
MINHA VIDA EM UATI. ( I )

A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.

Nasci em uma pequena vila de imigrantes portugueses que vieram para UATI em busca de fortuna:
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"SÃO CRISTÓVÃO..."

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Lá passei meus melhores anos. Como ainda era muito novo e inexperiente, ouvia dos mais velhos as histórias, mitos e lendas do nosso povo.
Comecei a ter os primeiros contatos com a rica fauna mitológica de UATI. As criaturas grotescas e ameaçadoras, os Deuses raivosos e vingativos, magos e bruxos...
Todos eram, para mim, apenas uma fonte de interesse nas noites frias; quando os anciãos juntavam-se ao redor das máquinas de café e contavam suas histórias de vida.
Do alto de uma pequena colina. Um castelo fitava o horizonte impassível; com seus tijolos vermelhos reluzindo ao sol e dominando toda a paisagem plana ao seu redor:
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ERA "A CANCELA..."

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A Cancela era o CENTRO ADMINISTRATIVO daquela região do país. Em seu interior, habitavam os SACERDOTES CIRCULARES, os emissários de EGYDIUM I, os trabalhadores braçais e todos os outros funcionários do governo.
Lá, também, estavam centralizados todos os trâmites administrativos da REGIÃO SUDESTE de UATI.
A coleta de impostos, o transporte de valores, a contratação de mão de obra, enfim... Tudo o que fazia o país girar.
Havia também a CASA DA MOEDA DE UATI, com seus carros-fortes correndo para todos os lados e os exércitos com divisões motorizadas e blindadas; além de um número sem fim de soldados armados até os dentes...
Eu olhava aquela construção com a admiração própria da inocência de uma criança. Imaginava entrar lá um dia e ver como tudo era... Bem de pertinho.
Os anos foram passando e minha oportunidade surgiu. Um grande expurgo havia sido feito, uns anos antes, e EGYDIUM I necessitava de novos trabalhadores.
Após uma avaliação e exames diversos, fui recrutado para trabalhar como "ESCRITOR MECÂNICO".
Era responsável pela operação de uma máquina gigantesca e barulhenta, que preparava lotes de dinheiro recolhido em forma de impostos, para entrarem na contabilidade do TESOURO REAL.
Nesta época, computadores pessoais eram coisas além da imaginação. Os pouquíssimos computadores que havia em UATI eram grandes e pesados. Os dados eram armazenados em discos do tamanho de um LP. Ou em vários rolos de fitas magnéticas pesadíssimos.
Após dois meses de trabalho um homem sério, e de cara carrancuda, aproximou-se de mim e falou:
“- Estamos iniciando a operação de uma nova área na administração, com os novos computadores pessoais. Gostei do seu desempenho aqui. Quer trabalhar para mim?” ·.

ACEITEI PRONTAMENTE...

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posted by Lord Sarubiano at 3:21 AM ¤ Permalink ¤


3 Comments:


  • At 11/02/2006 05:00:00 PM, Blogger Lucas

    Neste castelo ha lugarem em que passam horas sem ver o sol, tenho um tio aí no UATI, estou no brasil esforçando pra quem sabe cair em UATI!

     
  • At 11/03/2006 03:31:00 PM, Anonymous Anônimo

    Caramba, também já fui moradora do UATI, e me encaixei direitinho na estória. Talvez hoje ainda esteja sofrendo as consequencias daquele país. Tenho multiplas lesoes de MS. Lutando para provar no INSS que são de origem profissional. Mas no final, vou ter sucesso. Abraços.

     
  • At 11/03/2006 03:34:00 PM, Anonymous Anônimo

    Achei uma forma muito sadia chamar a atenção pra essas situações, só que eu imagino seriamente, que essas coisas não cheguem até eles, fica numa instância bem menor.Quem trabalhou sabe que as responsabilidades são delegadas as areas que todos julgam competentes, e quem está lá no topo acha que tudo está correndo bem. Porque não temos acesso ao topo diretamente certo? Eu por exemplo estou aposentada, desde o ano passado e o Banco não fez nenhuma homenagem prá mim, recebi homenagem e carinho de um ex-superintende na época, dos meus funcionários e amigos que fiz enquanto trabalhei. Prá vc tr uma ideia eu aposentei-me em 1998, e os Diretores e superintendentes da época pediram prá eu ficar, eu fiquei e fui muito bem tratada e cuidada até sair em fev/2005, quando pedi prá ser mandada embora. Mas os meus colegas quw fizeram 30 anos no Banco foram convidados prá uma festa em São Paulo levando acompanhante super chic, ganharam um lindo presente, e esqueceram de mim na época, a UHR não me colocou na lista o diretor e o superintendente só ficaram sabendo desta exclusão após o evento, porque eu falei, brincando que tinha esquecido de mim. Mas e aí? Fiuei de fora, e provavelmente não vou ter a oportunidade de participar, porque saí. Fiquei magoada com o esquecimento, esta festa acontece de dois em dois anos, este ano vai acontecer, ou já acconteceu. Vc acha que lá encima souberam disso? Claro que não, pensam que todos foram homenageado da mesma forma. Então é assim. Vc acha que lá encima sabe que tem funcionarios que são mal cuidados e até mal tratados por chefes imediatos e mediatos? Claro que não. É uma situação normal em qualquer empresa grande. Compreendo vc. Infelizmente perdeu a qualidade de vida, isso realmente é muito triste e tem muita gente na sua situação, é uma situação grave mesmo. Vc é muito novo para estar passando por isso. Mas é por aí mesmo, temos que colocar as nossas experiencias boas e ruins prá fora, faz parte da vida. Só que eu não sei divulgar, como vc pediu. abraços