04 novembro 2006
MINHA VIDA EM UATI. ( II )

A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.
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Na data marcada, apresentei-me na nova área de trabalho. Era um lugar diferente de tudo o que eu já tinha visto.

Não conseguia ver muito bem o que acontecia lá dentro. Em volta do lugar, havia uma barreira de vidro que delimitava todo o perímetro; impedindo que estranhos penetrassem em seus domínios. Logo entendi porque aquele lugar era chamado...

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"O AQUÁRIO..."

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O aquário abrigava o que era de mais moderno em tecnologia naquela época. "COMPUTADORES PESSOAIS".

Os que eram escolhidos para trabalhar ali eram tratados como uma elite em UATI. Tinham salários maiores, os melhores equipamentos e treinamento diferenciado. Muitos invejavam aqueles poucos escolhidos. Mas, algo estava errado...

Apesar das histórias contadas e de todas as "benesses"; aquelas pessoas não pareciam felizes. Trabalhavam com o olhar vazio e distante, pareciam drogadas ou ausentes, tristes mesmo. Como se estivessem sob um sofrimento tremendo.

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EU LOGO DESCOBRIRIA O MOTIVO...

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Fui levado pelo SACERDOTE CIRCULAR que me acompanhava até uma mesa central no aquário. Ele me deixou lá e desapareceu silenciosamente.

Enquanto aguardava, observei ansioso as pessoas trabalhando.

Aquele ar de tristeza era tão forte que se podia cortar o ar. Ninguém conversava, ninguém sorria, não havia piadinhas, nem pausas para as normais "picuinhas".

Percebi que cada um tinha um pequeno objeto pulsante em seu peito. Este objeto era ligado aos braços e mãos de cada um dos trabalhadores.

Achei aquilo estranho e assustador. Quando pensava em sair correndo dali e fugir o mais rápido possível; dois SACERDOTES CIRCULARES e aquele homem carrancudo entraram no aquário e vieram direto para mim:

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"- SEJA BEM-VINDO..."

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Seu nome era "PAULUS GEORGENS". E seu hálito horrível dominou o ar instantaneamente, tornando difícil a minha respiração.

Os SACERDOTES postaram-se ao meu lado, um à direita e outro à esquerda e seguraram meus braços com as palmas das mãos para cima. Suas mãos gélidas me apertavam com uma força descomunal, enquanto PAULUS abria um pequeno sacrário escondido em um nicho da mesa.

Na caixa de ouro havia a insígnia da FAMÍLIA REAL DE UATI e o símbolo máximo da divindade de "OLAVUS MAXIMUS":

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"O SINFRÃO"

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Eu nunca tinha visto o símbolo; pois ele só é conhecido pelas altas castas e pelos sacerdotes. Já tinha ouvido falar de seu poder malévolo e da dominação total que ele representava. Nada conseguia fazer frente ao seu poder infame.

Fiquei preocupado e comecei a suar frio. Quando percebi que o aparelho pulsante que havia visto no peito daquele pessoal era, na verdade, "O SINFRÃO".

Tentei levantar e fugir, mas os sacerdotes me seguravam com tamanha força que todos meus esforços eram inúteis.

"PAULUS GEORGENS", aproximou o estranho objeto inerte do meu peito e ele pareceu adquirir vida... Lançou tentáculos que subiram ao meu pescoço e deslizaram, queimando, até meus pulsos e dedos, a dor era imensa... E, quando pensei que ia desmaiar... Tudo passou...

Os Sacerdotes me largaram e desapareceram na penumbra. "PAULUS GEORGENS", então, começou a explicar-me as "regras" do novo trabalho.

"- Todo novo trabalhador aqui recebe um desses. Ele vai ficar com você enquanto estiver trabalhando aqui. Ele vai medir sua produção diária e controlar seu desempenho. Se você baixar sua produção ele nos avisará e a penalidade é a morte. Aqui não há brincadeiras... A dor que você sentiu durante a instalação; será igual a dor que você sentirá toda vez que baixar a sua velocidade de trabalho. Pois aqui, velocidade é dinheiro..."

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"E ,ENTÃO, ELE ABRIU SUA BOCA NUM SORRISO FÉTIDO E ME COLOCOU EM FRENTE A UMA MÁQUINA..."

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posted by Lord Sarubiano at 1:43 AM ¤ Permalink ¤


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