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Com a morte de Olavus Maximus na Batalha do Canal de Terceirizatórium e a ascensão de Egydium I ao trono de UATI (veja em “Cruzadas Enriquecedoras”), nosso país mergulhou num hiato de poder que beirou perigosamente ao caos político.
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Pressionado pelos antigos conselheiros de Olavus Máximos, o novo rei, via-se obrigado a tratar seus súditos com o mesmo respeito e devoção que seu pai tanto prezara. Forçado a obedecer aos tratados internacionais assinados por Olavus, Egydium I, era constantemente advertido de que seus sonhos de domínio global e a prática de sacrifícios humanos no culto ao Deus Bóllor, não seriam tolerados pela assembléia dos DIRETÓRIUNS. A casta dominante de UATI. Todos forjados pelas batalhas ao lado do líder grandioso que era Olavus, secretamente, riam-se do imbérbere aprendiz de ditador.
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Porém, os nobres subestimaram a fome de poder e a implacável sede por expansão que habitavam na alma enegrecida do jovem Egydium I. Diz à lenda que, para obter o dom de controlar a alma dos homens, ele derrotara o próprio Lúcifer em um jogo de cartas roubado. Seja isso verdade ou não, o jovem rei conseguiu convencer um pequeno grupo de filhos de nobres diretóriuns a rebelarem-se contra os próprios pais e promoverem a morte de seus pais, coincidentemente opositores de Egydium I. Esta foi à senha para um massacre de proporções ainda maiores.
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Homens, mulheres, crianças, velhos, doentes ou sadios; absolutamente de qualquer casta ou classe social foram visitados pelas lâminas afiadas dos Sacerdotes Circulares incorporados pelos Decepadores. O massacre durou um dia e uma noite inteiros. Cidades como CTO, CANCELA, CEIC e outras menores espalhadas por todo território uatiense viram seus habitantes serem reduzidos a muito menos da metade ou, em alguns casos, a zero.
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Bandos de cavaleiros mascarados conduziam os sacerdotes em transe místico para o centro dos povoamentos e lá os libertavam. As espadas afiadas brilharam a luz do sol e da lua. Os gritos ecoavam e invadiam cada aposento, cada castelo, cada choupana. Mães imploravam por seus filhos e maridos. Mas eram, igualmente, eliminadas.
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Relatos da época dão conta que os cadáveres empilhavam-se nas ruas e nas margens dos rios de modo que ninguém comia peixe e nem conseguia trafegar pelas ruas sem pressionar panos perfumados junto ao nariz.
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Ao saber do massacre, o Papa Gregório XIII, enviou emissários para descobrir o que acontecia. Corrompidos por Egydium I, esses emissários voltaram a Roma com a notícia de que o massacre tinha sido promovido contra os seguidores do Deus Bóllor. Gregório XIII ficou muito feliz com o acontecido: os sinos de Roma ressoaram para um dia de graças, foi cunhada uma medalha comemorativa em honra da ocasião e o papa encarregou o artista Giorgio Vasari da pintura de um mural celebrando o fato.
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Mais uma vez, Egydium I, tinha livre o caminho para implantar seu reino de terror e morte.
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Baseado no “Massacre da Noite de São Bartolomeu”. Massacre promovido pelos reis da França contra os Huguenotes em 1572.
Marcadores: O Dia de São Olavus.
Fascinante...aterrador...os seus relatos ,a forma e o formato das exposições são verosimeis demais...adorei!!