21 abril 2007
AS CRUZADAS ENRIQUECEDORAS. ( III )

A BATALHA DO CANAL DE TERCEIRIZATÓRIUM.
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Após a “BATALHA DO UMBRAL GELATÓRIUM”, a paz finalmente se instalou em UATI. Agora, nossa pátria era uma das seis maiores potências mundiais e nosso amado rei OLAVUS MÁXIMUS, era agora um ancião. A idade e as lutas atravessadas ao longo de sua honrosa vida, agora cobravam seu tributo ao velho corpo monárquico. No entanto, Olavus, ainda impunha ao governo de UATI; a mesmapovos conquistados. Havia um ambiente tão frutífero que cada cidadão sentia-se como parte integrante da Família prática de respeito ao ser humano e aos Real. E dava seu suor de bom grado para o engrandecimento de nosso amado país. Mas, no horizonte, as nuvens da guerra se aproximavam. Muitos países vizinhos acreditavam que Olavus Máximus estava velho demais para garantir a unificação do reino e manter as ameaças afastadas. Acreditavam que, como nosso velho rei, as forças de UATI estariam desgastadas e era chegado o momento de investir numa tentativa de conquista.
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A paz assinada em Gelatórium não passou de uma pequena trégua de alguns anos, que permitiu ao nosso amado rei preparar sua sucessão e seu afastamento do trono. Descansando um pouco da intensa vida que levava haviam muitas décadas. Mas as hostilidades foram retomadas com ataques constantes aos navios uatianos no CANAL DE TERCEIRIZATÓRIUM. O momento continuava a ser delicado para os uatianos, na medida em que os navios da armada de SEÃHLAGAM OTNIP OCNAB, país vizinho e que sempre trouxe dores de cabeça com seus ataques piratas constantes; porém, sempre repelidos pela marinha uatiana.

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Seu imperador continuava a pensar na invasão de UATI e no ataque ao Castelo CTO, que poria fim ao que tinha sido a maior resistência aos seus planos imperiais. Para conseguir a almejada invasão, precisava dominar o espaço marítimo do Canal de Terceirizatórium, durante o espaço necessário ao movimento das tropas, e isso se apresentava como impossível face ao poder naval uatiano. Tentou, contudo, um plano: concentrar momentaneamente o maior número de navios possível no Canal, evitando simultaneamente que os uatianos fizessem o mesmo. Não era fácil, porque a presença dos navios de reconhecimento era constante à frente dos portos, e todos os movimentos seriam detectados. Sobretudo, era muito difícil levar navios do Terceirizatórium para o norte, porque a passagem estreita era visível da terra, e levantaria suspeitas.

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Concebeu, no entanto, uma manobra que poderia ter tido algum êxito: uma imensa esquadra combinada, de navios seus e de outros reinos aliados, sairia do Terceirizatórium, atraindo os uatianos até às ilhas mais afastadas da costa; daí regressaria rapidamente com os ventos gerais do oeste, unindo-se às esquadras de Carlus e Albertus "O JOVEM" que avançariam para o centro do canal. Nessa altura concretizar-se-ia a invasão. Comandada pelo Almirante Albertus"O VELHO", uma gigantesca armada dirigiu-se em direção a oeste iludindo completamente a vigilância de Olavus que os buscava desesperadamente. Tanto quanto se pode saber, terá sido um oficial da marinha portuguesa a sugerir-lhe que o destino eram as Ilhas Geladas, e os uatianos correram até as Párae Demissions, mas não encontraram nada e regressaram até à Zona do Canal, onde o comando dos navios foi entregue a Olavus, enquanto Egydium se deslocava à parte norte a bordo da “Victoria”. Albertus regressou como estava previsto. Porém, perto da costa defrontou-se com "O Jovem"uma armada uatiana comandada pelo Almirante Georgios. Na verdade a refrega não tinha tido grande importância, mas estava previsto que a esquadra de Irinius viesse ao seu encontro e tal não tinha acontecido, de forma que decidiu regressar a costa de seu país na convicção de que a invasão tinha sido adiada. Na verdade sabe-se hoje que o imperador de Seãhlagam Otnip Ocnab tinha abandonado a idéia, resolvendo concentrar esforços para atacar a parte sul do canal, mas não se tem referência nenhuma a que essa informação alguma vez tenha chegado a Albertus "O Velho".

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Albertus "O Velho" entrou no porto no final de agosto daquele ano e, dessa vez, tinha controlado bem o seu movimento, movendo-lhe um bloqueio largo que não impedia a sua saída, mas que lhe permitiria tomar rapidamente uma formação de batalha e dar-lhe combate, caso isso sucedesse. Os aliados deOlavus Seãhlagam Otnip Ocnab aconselharam a que se ficasse no porto e aí se invernasse até à próxima estação: o esforço de bloqueio era dos uatianos que tinham de ficar no mar e suportar todos os incômodos dessa situação, enquanto eles recuperavam forças em terra. No entanto, as pressões sobre "O Velho" para que saísse eram muito grandes, e é provável que a mais forte de todas fosse a ameaça do próprio Imperador. Há mesmo uma altura em que o Almirante Otnipense decide aceitar o conselho dos aliados, mas muda de opinião, dois dias depois. Olavus previra o que iria acontecer e preparou o seu plano de batalha com todo o cuidado, dentro das regras que ele próprio considerava adequadas: atacaria os inimigos a partir de uma posição a barlavento, dividindo a sua força em duas colunas que abordariam o inimigo a meio da sua formação, procurando desfazê-la e parti-la, para que tivesse de se empenhar em combates singulares onde os seus navios da retaguarda já não podiam ser socorridos pelos mais avançados. No dia da batalha – e como já acontecera antes – escreveu todas as instruções num memorandum que divulgou a todos os capitães. A manobra era perigosa porque a aproximação ao inimigo seria feita sem possibilidades de fazer fogo sobre ele (os navios uatianos não tinham capacidade de fogo para vante), e expondo-se a toda a extensão das suas baterias, mas era a única forma de os obrigar verdadeiramente a combater. Confiava que a sua exposição não seria muito demorada e, sobretudo, acreditava na resistência dos seus navios e na perícia dos seus homens.

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Os Seãhlagam Otnip Ocnabenses saíram a 19 de Outubro navegando em direção ao sul (ao estreito) com vento oeste, e de imediato foram avistados pelas fragatas uatianas que deram o alarme. A esquadra uatiana manobrou tal como previra o seu experiente comandante, perseguindo o inimigo até à madrugada do dia 21, quando Albertus " O Velho" deu ordem para virar em roda e regressar a norte. Esta manobra tem sido alvo de grandes controvérsias a que a historiografia uatiana responde com uma única justificação: o Almirante inimigo não sabia o seu ofício. Com vento oeste, se a esquadra virou em roda a sul do Cabo Gelado à distância que se supõe do mesmo, ficaria numa situação de vento muito escasso para demandar. Seria um erro demasiado grosseiro, para quem, apesar de tudo tinha uma grande experiência de mar. A verdade é que com esta manobra a formação aliada desfez-se um pouco e favoreceu o ataque uatiano nos moldes em que o determinara Olavus. Como a armada de Seãhlagam Otnip Ocnab era bem maior que a uatiana (33x27), Olavus tinha que preparar uma excelente estratégia. A idéia foi a de atacar a esquadra inimiga que navegava pela costa surpreendendo-a pelo oceano, atacando em duas colunas em fila indiana. Essa estratégia tinha um ponto fraco que era a exposição por aproximadamente 20 minutos dos navios uatianos aos canhões otnipenses. Olavus tinha confiança que sua esquadra agüentaria o fogo em direção às proas uatianas e, em seguida, poderia apontar seus canhões nas popas e proas inimigas. Logo após isso, eles virariam os navios de modo a emparelhá-los com os inimigos. O plano original incluía também uma contenção pelo norte, impedindo a marinha inimiga de fugir e iniciarem uma luta espaçada em alto mar. Mas Olavus não tinha barcos suficientes para essa terceira coluna. O plano pretendia gerar confusão na compacta frota de Seãhlagam Otnip Ocnab e permitir um combate navio contra navio, o que favorecia os uatianos.

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Tudo ocorreu perfeitamente para os uatianos, com vários barcos inimigos afundados ou capturados, graças à perícia dos marujos uatianos no manejo dos canhões. No entanto, Olavus morreu na batalha, atingido por uma bala de mosquete das velas de gávea do otnipense Redoutable que no momento varria o Victoria de popa a proa. Quem assumiu o comando da frota uatiana foi o vice-almirante, e seu filho, Egydium, da nau capitânia Royal Sovereign. Após a batalha, uma tempestade alcançou a frota uatiana, que acabou perdendo grande parte dos navios recém conquistados, já muito destroçados

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( Baseado na Batalha de Trafalgar entre Inglaterra, França e Espanha)

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posted by Lord Sarubiano at 7:47 PM ¤ Permalink ¤


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