06 novembro 2006
MINHA VIDA EM UATI. ( III )

A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.
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O trabalho era incessante. Começávamos as 17:00 h e deveríamos parar de trabalhar às 23:00 h; mas todos os dias chegávamos até às 04:00 ou 05:00 h da manhã. A rotina era estressante. Tínhamos de processar volumes imensos de documentos, sem erros e com velocidade constante. Só havia uma pequena pausa de 15 minutos durante todo o expediente para que pudéssemos nos alimentar. Paulus Georgens tinha discípulos fiéis e cruelmente capazes...

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“OS MASTERS...”

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Eles circulavam pelo meio de nossas fileiras nos instigando ao trabalho e alertando para as punições que seriam aplicadas aos que fracassassem. O Sinfrão, ao detectar a menor desaceleração em nosso trabalho, iniciava o processo de retificação através de seus tentáculos ligados aos nossos nervos. Causando uma dor alucinante. Um dia, um grande painel foi colocado no centro do Aquário. No painel, via-se vários nomes e uma linha vermelha dividindo seu centro. Numa reunião de informação; Paulus Georgens nos disse que aquela era a "LINHA DA MORTE". Quem estivesse abaixo daquela linha vermelha, teria uma oportunidade para melhorar. Caso não conseguisse, seria executado. Muitos dos antigos sofriam com doenças e afastamentos. Isso não era considerado no cálculo de suas médias. O que, invariavelmente, os deixava sempre abaixo da linha da morte. Com isso, a pressão sobre eles aumentava muito, e eles tinham que trabalhar cada vez mais. Diariamente, os discípulos de Paulus Georgens, aferiam nossa produtividade e sorriam, morbidamente, quando havia uma queda. Foi assim, durante meses. Um dia, porém; ao chegar ao aquário, algo estava diferente... O ar sempre taciturno estava excepcionalmente pesado... O silêncio era total... Perguntei o que acontecia e me sussurraram apavorados...
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“- UM EXPURGO.”

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Nos corredores que circundavam o aquário, sombras indefinidas e assustadoras pareciam flutuar no ar. Moviam-se rápida e silenciosamente. Aquela era a minha primeira visão daquelas criaturas enigmáticas. Esses seres, na realidade, eram sacerdotes circulares possuídos pela face mais cruel de OLAVUS MÁXIMUS.
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“O DECEPADOR.”

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Os decepadores vagavam pelos corredores do castelo com suas espadas enormes e,sem piedade, decepavam as cabeças dos que, por qualquer motivo, não representavam mais uma fonte de lucro para EGYDIUM I. Era horrível... Dizia-se que através de uma cerimônia secreta, OLAVUS MAXIMUS, incorporava-se no sacerdote para que este fosse privado de emoções e pudesse seguir os desígnios de EGYDIUM I sem ser afetado emocionalmente pelos lamentos dos moribundos.
Ouviam-se clamores, choros, gritos e gemidos por toda parte. A tensão crescente e o medo de ser o próximo aumentavam em milhares de vezes o suplício. Procurávamos trabalhar sem erguer a cabeça ou prestar atenção ao que acontecia. Tentávamos nos manter alheios aquilo tudo. De repente a porta do aquário foi escancarada...

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ELES ESTAVAM LÁ...

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(continua...)

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