07 novembro 2006
MINHA VIDA EM UATI. ( IV )

A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.
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Instantaneamente, um cheiro pútrido dominou a atmosfera do aquário.
Os "DECEPADORES" se reuniram junto à mesa de Paulus Georgens. Após um breve diálogo ininteligível, Paulus deixou sua mesa e foi sentar-se em canto do aquário.
Um por um, os "DECEPADORES" retiravam os pergaminhos de dentro de um alforje negro e os estendiam sobre a mesa.
O clima era terrível via-se, claramente, o pânico entre aqueles homens e mulheres. Todos sabiam; quem fosse chamado seria executado ali mesmo: Sem piedade.
Alguns vomitavam, outros choravam baixinho e gemiam, uns tentavam disfarçar o temor; mas suas mãos trêmulas denunciavam seu real estado de espírito.
Num dado momento o "DECEPADOR" ergueu seu braço e apontou na direção dos trabalhadores amontoados.
Imune a todo o drama que se desenrolava, a figura nefasta abriu sua boca medonha e pronunciou...

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"- DIOGUS FLAVIUS"

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Um grito lancinante foi ouvido de dentro do amontoado de pessoas. DIOGUS era um dos mais antigos do aquário. Tido como exemplar, não faltava, não se atrasava, obedecia cegamente a todos os desígnios dos "MASTERS" sem pestanejar. Na teoria, era quem deveria estar mais seguro.
Como DIOGUS não se apresentava, dois dos "DECEPADORES" aproximaram-se do amontoado de gente e arrancaram-no do grupo e o levaram até a mesa. Lá, leram a sentença:
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"- NOSSO GRANDE LÍDER, EGYDIUM I, NÃO NECESSITA MAIS DE SEUS SERVIÇOS. E POR SUA TRAIÇÃO AOS DESÍGNIOS DA REALEZA DE UATI, VOCÊ FOI CONDENADO A MORTE..."

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De imediato, DIOGUS, chorou; implorou por sua vida dizendo que tinha mulher e filhos. Falou de sua aplicação e de sua obediência; alegou que nunca havia faltado ao trabalho. Enquanto ainda balbuciava coisas incompreensíveis; o "DECEPADOR", sem se comover, baixou sua enorme espada afiada e decepou, num só golpe sua cabeça.
Eles ainda chamaram mais três de nós. Todos tiveram o mesmo fim. Sem apelação; sem compaixão; sem hesitação... Um a Um, foram abatidos impiedosamente na frente de todos.
Ao acabarem, os "DECEPADORES" retiraram-se tão silenciosamente quanto chegaram...

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"SOBROU APENAS O CHEIRO DO MEDO NO AR..."

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Mais tarde, soubemos que a "traição" cometida por todos, na verdade; era uma doença até então misteriosa e que reduzia a capacidade de trabalho ao longo do tempo. Muitos em outras colônias estavam infectados e causavam grandes prejuízos ao TESOURO REAL.
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"O EXPURGO ERA, ENTÃO, UMA MEDIDA PROFILÁTICA..."

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(CONTINUA)


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