14 novembro 2006
MINHA VIDA EM UATI. ( VII )


A BIOGRAFIA DE LORD SARUBIANO.
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Depois dos exércitos de UATI serem entregues aos escravos mercenários, os expurgos gigantes continuaram em várias áreas do país.
Nas províncias mais afastadas nas zonas norte e sul e na baixada de UATI; milhares foram executados. Camponeses responsáveis pela alimentação do povo uatiano foram exterminados por legiões de sacerdotes decepadores que varriam o país em sua missão nefasta.
Nossa área responsável pelo controle do câmbio de moedas estrangeiras que ficava na sede do governo central em nossa cidade foi varrida do mapa num único golpe.
De norte a sul; de leste a oeste de nosso amado país; mais de cinco mil habitantes de UATI foram retirados de seus lares (às vezes no meio da noite) e executados em praças, parques, locais de trabalho, ruas, castelos e vilarejos... Tudo num único dia e quase simultaneamente.
Em algumas províncias, nem membros das castas mais altas foram poupados. Eles assistiam as execuções de seus servos para, logo depois, serem assassinados traiçoeiramente em suas casas ou em "encontros cordiais" com EGYDIUM I no castelo CTO.
Esse verdadeiro massacre passou para a história de UATI como... "O DIA DE SÃO OLAVUS".
Até que, um dia, uma coisa terrível abateu-se sobre mim e levou-me a conhecer de perto a face terrível e escondida, a todo custo, das organizações de nosso país.
Era uma tarde de terça-feira e eu iniciava mais uma jornada de trabalho no aquário; todos estavam apreensivos com os expurgos que só cresciam de tamanho e ferocidade; as notícias corriam tão rápido como um rastilho de pólvora.
Num dado momento, lá pelas tantas, comecei a sentir fortíssimas dores nos dedos das mãos (que incharam imediatamente). A dor era tão forte que sentia como se um ferro em brasa estivesse sendo enfiado; da ponta dos meus dedos até o alto do ombro...
Gritei de dor e o SINFRÃO soltou-se do meu peito e, imediatamente, secou...
PAULUS GEORGENS olhou-me aturdido e espantado e, com um sorriso sádico, enviou-me ao serviço médico de emergência. Ele já sabia o que estava acontecendo...
Lá, fui entregue aos cuidados de um estranho personagem:

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"O DOUTOR FRANCIS JOSEFHGENLE"

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O Dr. FRANCIS era responsável pela "medicina" naquela província de UATI. Fala mansa, voz baixa, extremamente "cuidadoso" com os "pacientes". O Dr. FRANCIS trabalhava secretamente para os "SS".
Traindo seu juramento sagrado, ele entregava-se a arte da dissimulação e da falsa medicina; fazendo experiências sem o consentimento de suas cobaias humanas e dos organismos internacionais de saúde.
Ao me atender, ele disse que eu "não tinha nada"; que tudo era apenas um espasmo ou stress. Receitou-me remédios para aliviar a dor e mandou que eu fosse para casa...
Traiçoeiramente, ele sabia que eu era a mais nova vítima da "PRAGA" que se alastrava entre os trabalhadores de UATI que eram submetidos às jornadas de trabalho exorbitantes e ao uso prolongado do SINFRÃO...
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"A TENOSSINOVITE".

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Se fosse tratada no início, esta doença não traria maiores conseqüências para os atingidos. Porém, sem tratamento, ela evoluiria para lesões cada vez mais graves até levar o paciente à invalidez ou a paralisia.
Mas, e esse era o problema, a comunicação de que havia um paciente atingido pela "PRAGA" naquela área, obrigaria EGYDIUM I, a fazer vários investimentos na adequação do mobiliário e instalações para seguir as normas internacionais de saúde. Além de obrigá-lo a diminuir a jornada de trabalho e a adotar medidas de profilaxia. Isso tudo além, é claro, de arcar com todos os tratamentos médicos necessários e os afastamentos (por prazo indeterminado) dos atingidos.
Era aí que FRANCIS se encaixava:
Ele não comunicava aos atingidos e nem as autoridades sanitárias internacionais a ocorrência da "PRAGA". Aplicava poções e beberagens que aliviavam a dor e os sintomas (sem tratar efetivamente a doença). Fazendo com que, EGYDIUM I, pudesse exterminar aquele indivíduo ou todo o setor afetado pela "PRAGA" algum tempo depois, sem deixar vestígios. ou provas de seus atos maléficos.
Mais uma vez, EGYDIUM I, pouparia milhões em tratamento, mobiliário, obras e queda na produção. Tudo corroborado e sacramentado pelos falsos diagnósticos de FRANCIS.
Foi nesta época que a Família Real de UATI, firmou com os "PERITOS" da PREVIDÊNCIA SOCIAL INTERNACIONAL o pacto que viria a ser conhecido pela cerimônia do "CALAE BOCUS"; já descrita anteriormente.
Vários anos depois, em minha fuga desesperada das garras dos "SS" e da POLÍCIA SECRETA; defrontei-me, mais uma vez, com o dissimulado FRANCIS. Ele foi enviado ao BRASIL e ao encontrar-me no Rio de Janeiro (tijuca); tentou, mais uma vez, me fazer desistir de meu tratamento e do benefício de acidente de trabalho com o argumento:
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"- VOCÊ É MUITO NOVO... E UM BENEFÍCIO DE INVALIDEZ, VAI MANCHAR A SUA FICHA... VOCÊ NUNCA MAIS CONSEGUIRÁ TRABALHAR EM LUGAR ALGUM..."

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Indignado com a sua falta de humanidade; pois ele sabia que meu problema era grave e que eu já estava, gravemente, lesionado; fui enfático e disparei sem medo:
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"- TUDO BEM, EU PEÇO ALTA AGORA; SE O SENHOR ASSINAR UM LAUDO DIZENDO QUE EU NÃO TENHO NADA E DECLARAR-ME APTO PARA O SERVIÇO EM UATI..."

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Ele, desconcertado, disse que não podia assinar tal laudo e comprometer-se; pois eu estava com graves lesões nos tendões e nervos... Nesta época eu já era membro ativo da resistência e orientava a todos que iam vê-lo sobre as artimanhas do "ANJO DA CANCELA"; como ele ficou conhecido...
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Mesmo assim, ainda hoje, ele faz suas vítimas...

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(CONTINUA)...

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